Eleições em Israel
No dia 23 de março, sucedeu-se a quarta eleição legislativa em menos de dois anos no país. A disputa está ocorrendo principalmente entre o candidato Netanyahu, que é primeiro-ministro de Israel desde 2009 e líder do partido Likud, e Yair Lapid, principal opositor que se coloca como uma opção ao centro. O candidato do Likud tem baseado sua campanha na corrida pela vacinação em Israel que já vacinou mais da metade da população, e tem procurado se manter no jogo político pois consegue obter imunidade sobre as acusações de corrupção que lhe foram proferidas.
As eleições ocorrem após o fim da coalizão partidária entre Netanyahu e o Benny Gantz, na qual ambos se revezariam no cargo de premiê. Contudo, a votação sobre o orçamento de 2021 foi adiada, o que possibilitaria uma permanência mais longa do Netanyahu, quebrando, dessa forma, o acordo entre os dois políticos. O parlamento foi dissolvido e novas eleições foram convocadas.
A partir da contagem dos votos, embora o partido de Netanyahu tenha obtido a maioria dos votos, ele não conseguirá formar uma coalizão com o apoio atual. Nesse contexto, os cenários variam, mas o mais provável é: 1) Netanyahu consegue realizar uma coalizão com partidos ultraortodoxos, 2) Yair Lapid consegue realizar uma coalizão com os opositores do Netanyahu ou 3) Nenhum deles consegue maioria e a quinta eleição é convocada.
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https://www.aljazeera.com/news/2021/3/23/israelis-begin-voting-in-fourth-election-in-three-years
https://www.bbc.com/news/world-middle-east-56441048
https://www.voanews.com/middle-east/israels-election-results-too-close-call
Copom aumenta taxa Selic para 2,75% aa, primeira alta em 6 anos
Durante anos, dentro de um contexto de baixa inflação e recessão econômica, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) diminuiu sucessivamente a taxa Selic com o intuito de reaquecer a economia, favorecendo, em especial, a expansão do setor industrial e comercial. Contudo, com o início da pandemia do Covid-19, o cenário relativamente estável do Brasil sofreu graves alterações: inflação crescente e desvalorização cambial. Esses fatos se refletem, por exemplo, na alta do preço dos combustíveis e dos alimentos, elementos decisivos no resultado de 5,2% do IPCA (acumulado de 12 meses), valor que quase ultrapassa o teto estabelecido pelo BACEN.
A partir disso, após 6 anos seguidos de queda, o Copom aumentou em 0,75 pontos percentuais a taxa Selic, indo de 2% aa para 2,75% aa, tendo como principal objetivo conter a pressão inflacionária, que aumenta continuamente desde o ano passado, e conter a queda do real. Ao tornar o crédito mais caro, há um desestímulo ao consumo e ao investimento das empresas, incentivando a população a poupar e, consequentemente, diminuindo a demanda (fato que impacta de forma direta os preços da economia). Além disso, ao aumentar a taxa de juros interna, há um incentivo para a entrada de capitais estrangeiros no país, trazendo maior estabilidade ao real.
O BACEN já deixou claro que essa ação não ocorrerá uma única vez durante esse ano; dessa maneira, economistas estimam que a Selic poderá chegar ao patamar de 5% aa, assim como aponta o boletim Focus. Porém, a mesma análise também aponta um crescimento do IPCA para 4,71% em 2021 (contra os 4,6% estimados anteriormente). Isto posto, por mais que o Banco Central já tenha iniciado suas medidas para controlar a espiral inflacionária brasileira, seus resultados demorarão um pouco para serem notados.
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Governo cubano amplia as atividades permitidas ao setor privado
Cuba anunciou no dia 6 de fevereiro, que a permissão para a atividade privada seria ampliada para a maioria dos setores na maior reforma para a economia controlada pelo Estado por anos. A medida, que foi lançada em Agosto do ano passado pela Ministra do Trabalho Marta Elena Feito, foi aprovada pelo Conselho de Ministros, segundo o jornal Granma, jornal oficial do partido comunista.
A lista passada de 127 atividades autorizadas expandiu para mais de 2000. Os setores reservados para o Estado serão minoria, sendo que em apenas 124 atividades a participação privada será limitada, parcial ou totalmente. O governo disse à agência de notícias AFP que o Estado se concentrará em setores estratégicos como mídia, saúde e defesa. Atualmente, 13% da força de trabalho atua no setor privado, ou seja, 600.000 cubanos.
A economia tem declinado há muito tempo e ano passado a queda chegou a 11%, devido à pandemia que afetou o turismo e às sanções de Donald Trump. Nesse sentido, economistas reformistas há muito tempo vêm discutindo sobre a importância dos pequenos negócios para impulsionar a economia e o mercado de trabalho.
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https://www.dw.com/en/cuban-government-opens-up-economy/a-56483919
https://www.bbc.com/news/world-latin-america-55967709
Lira bate duro no governo em discurso na câmara
Nesta quarta-feira, dia 24, estiveram em reunião, no palácio do Planalto, o presidente do Senado, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, o presidente da República, Jair Bolsonaro, entre outros, para discutir um plano de contenção da pandemia.
Após a reunião, Lira fez um discurso forte sobre o governo: “Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o país se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem praticados”.
A fala foi interpretada como o aviso do cansaço político do Congresso com o Governo Federal em relação ao combate à pandemia. O “sinal amarelo” foi tido como um aviso sobre o risco de retaliações que os congressistas podem infligir ao governo caso a postura do Executivo não mude.
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Senadores pedem a renúncia do chanceler Ernesto Araújo
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi constrangido por senadores a renunciar, em sessão do Senado Federal, realizada nesta 4ª feira, 24 de março. A sessão tinha o intuito de esclarecer as ações do governo federal em relação à compra de vacinas contra covid-19. As respostas às perguntas dos senadores, entretanto, não satisfizeram os congressistas, que pediram sua renúncia do Itamaraty.
“Eu, se eu fosse o senhor, pediria demissão hoje”, disse o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Em seguida, os senadores Fabiano Contarato (Rede/ES), Mara Gabrilli (PSDB/SP), Tasso Jereissati (PSDB/CE), Randolfe Rodrigues (Rede/AP), Simone Tebet (MDB/MS) e Jean Paul Prates (P/RN) também manifestaram seu desejo de ver o ministro fora do cargo.
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